Dr. FRANCISCO GOMES DA COSTA SOBRE O FUTURO DAS ASSOCIAÇÕES PORTUGUESAS NO RIO DE JANEIRO
Os portugueses que deixavam a terra de berço para realizar, deste lado do Atlântico, seus projetos de vida, fundaram, ao correr dos anos, dezenas de associações por diversas regiões do Brasil.
A primeira, foi o “Gabinete Português de Leitura” do Rio de Janeiro, 15 anos depois de proclamada a Independência. A seguir, foram criadas as “Beneficências” com os hospitais e ambulatórios; os “Gabinetes de Leitura” do Recife e de Salvador; os Liceus, os Grêmios Literários e as escolas; as associações de socorros mútuos; os clubes sociais e desportivos; as bandas de música e os orfeões; e, por último, já no século XX, as chamadas “casas regionais”, com o “folclore” e as comidas típicas, as tocatas, os trajes e as festas religiosas das províncias do Minho e de Trás-os-Montes, do Douro e das Beiras, ou, então, dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Esse movimento associativo que se foi espalhando por todo o país, a partir da 2ª metade do século XIX, passou por duas grandes transformações. A primeira, provocada pela queda da emigração portuguesa para o Brasil e, conseqüentemente, pela progressiva redução demográfica da “colônia”; a segunda, decorrente da participação cada vez maior de brasileiros nos quadros das associações. Esses dois fatores levaram a que o número de entidades diminuísse e seja hoje bem
menor do que era. Por outro lado, tanto na direção como no corpo social a presença de brasileiros tornou-se incomparavelmente maior do que foi no passado.
Também as realidades, tanto do Brasil como de Portugal, são outras – e bem diferentes daquelas de décadas anteriores. Poucos portugueses vêm agora realizar seus projetos de vida no Brasil – e os que chegam possuem outra mentalidade e trazem outras aspirações. Além disso, são muitos os velhos emigrantes que, a cada ano, pelas leis da vida, partem para sempre… E deixam, como gratidão à terra que os recebeu, os filhos e os netos…
Transportando estes cenários para o Rio de Janeiro aonde se concentram sete ou oito “Casas Regionais” em um só bairro “Tijuca “, podemos imaginar as dificuldades econômicas e financeiras por que estão passando e que se projetam para o futuro, independente da atual pandemia do coronavírus que não sabemos quando terminará.
Não vemos outra alternativa viável e definitiva para as Casas Regionais, senão deixar o Estado de lado e partir para um projeto com a participação dos Corpos Diretivos para a criação de um Grande Clube Regional Português do Rio de Janeiro.
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