Lar D. Pedro V
O Bairro Peixoto, na zona sul da cidade, tem o nome do comendador português que foi o proprietário da chácara de pitangueiras, mangueiras e abacateiros que descia do morro dos Cabritos até à orla de Copacabana.
Há mais de 40 anos e para se cumprir uma das disposições do testamento do benfeitor – que legou todos os bens e fortuna a várias instituições filantrópicas – foi construído no alto da Ladeira dos Tabajaras, já na Rua Euclides da Rocha, um “Lar” para a “terceira idade”. São dezenas de homens e mulheres, em sua maioria pobres e sem família, mortificados pela exclusão e pelo abandono, que a Caixa de Socorros D. Pedro V acolhe para cuidar deles até à morte. As instalações são excelentes a ponto de serem consideradas, como do “primeiro mundo” e impressionam pela disposição arquitetônica; o passadio dos idosos é exemplar e a instituição mantém corpo médico e de enfermagem; academia e fisioterapia, há lazer e entretenimento para os “residentes”; música; biblioteca e jogos de computador; assistência religiosa e passeios programados – enfim, são poucos os estabelecimentos na cidade onde se cuida dos idosos com tanto desvelo e espírito de solidariedade como no “Lar D. Pedro V”.
Pois na altura em que o governo do Estado do Rio de Janeiro resolveu instalar no local uma UPP, procurando dar melhores condições de vida e de segurança às comunidades do Cabrito e da Tabajaras, parece-nos oportuno fazer o registro de que ao correr de décadas de funcionamento do “Lar” – e não obstante haver períodos de sobressaltos decorrentes de ações contra os traficantes, ou de confrontos entre a polícia e os bandidos – existiu, quer por parte dos marginais, quer por parte dos agentes da ordem, o maior respeito e cuidado com os “residentes” e com as dezenas de trabalhadores (muitos inclusive, da própria comunidade) que, ali têm o ganha pão. Até hoje, mesmo encravado no alto do morro, no seio da comunidade e das biroscas, nunca ocorreu qualquer incidente que afetasse o perfeito funcionamento do “Lar”. A boa vizinhança não é apenas
com as crianças da “Creche Tia Sônia Crispiniano”, ou com os fieis da paróquia de São Benedito, mas foi sempre mantida com os elementos porventura ligados ao tráfico de drogas.
A surpresa de todos ao se depararem com a dimensão e as benfeitorias do “Lar D. Pedro V” – “jamais poderíamos imaginar que fôssemos encontrar no alto da Tabajaras uma obra destas” – faz-nos lembrar o desabafo do então governador Leonel Brizola, no dia da inauguração da Sede-Barra do Clube Ginástico Português, junto à “reserva” do Recreio dos Bandeirantes: “Os portugueses são os descobridores dos lugares mais bonitos do Brasil.
Pois também agora, ao subirmos a Ladeira do Tabajaras ficamos surpresos com o avanço da comunidade, olhamos os pavilhões do Lar D. Pedro V, as flores dos jardins, os móveis das salas de estar, a cruz iluminada – e o mar azul lá embaixo, dizemos: “Isto é obra de Deus”
Francisco Gomes Da Costa
Presidente da Associação Luis de Camões
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